Egito: Líder muçulmano rasga Bíblia em protesto contra filme anti-Islã
19 set 2012
Há
mais de uma semana, o mundo assiste a diversos atos de violência
vindos, principalmente, de rebeldes muçulmanos, em resposta à divulgação
de um vídeo no Youtube, que desrespeitava e ofendia princípios do Islã.
A tensão que se originou na Líbia, espalhou-se por muitos outros
países. No Egito, a embaixada dos EUA foi atacada e um líder islâmico
voltou-se contra os cristãos
Em sua manifestação, o líder muçulmano declara, com o Alcorão (livro sagrado do Islã) em suas mãos: "Esse é o livro de verdade e de paz. O lugar certo para as palavras deste livro é sobre nossas cabeças, porque é a verdadeira inspiração". Segurando a Bíblia Sagrada, ele continua: "Este é o livro que aquele ‘cão’ Terry Jones acredita, assim como aqueles cristãos egípcios que vivem na América com ele. Hoje eu só posso destruí-lo."
Ele então, começa a rasgar a Bíblia e jogar pedaços das folhas sobre a multidão, em meio a gritos de "Ala é grande" e "Judeus, o exército de Maomé está vindo." Um homem de azul, ao lado de Abu Islam queima a Bíblia, elevando-a para todos verem.
O Dr. Mustafa Maraghy, professor de direito Islâmico na Universidade do Cairo, apresentou uma queixa contra o clérigo à Procuradoria Geral. A denúncia citou o verdadeiro nome do clérigo, que é Ahmed Abdullah e afirma que ele é o dono do canal de TV Nação Islâmica. O pedido do acadêmico é punição por desacato da religião, perturbação da segurança e a paz pública.
Maraghy, que é o presidente da Coalizão dos Cristãos Coptas, disse que rasgar e queimar um exemplar da Bíblia, sagrada para os cristãos do mundo todo, é um "ato vil e bárbaro". Ele acrescentou que não é permitido difamar religiões no Egito. "Os mesmos sentimentos que temos por causa do filme que insultou o profeta Maomé, sentimos por este ato criminoso", afirmou.
Prometeu ainda que a Coalizão Copta não irá ignorar tais atitudes, mas vai processar as pessoas responsáveis pelos atos ofensivos. A União da Juventude Copta apelou ao presidente do Egito, Moahamed Morsi, por uma intervenção imediata, a fim de conter quaisquer esforços para aumentar ainda mais a divisão e a violência entre muçulmanos e cristãos.
A Coalizão, que tem entre seus membros muçulmanos e coptas, emitiu um comunicado oficial condenando o filme "A Inocência dos Muçulmanos" (tradução livre), considerado ofensivo ao Islã. Magdy Saber, porta-voz da União da Juventude condenou o ato de Abu Islam. Ele exigiu que as autoridades tomem as medidas necessárias para evitar uma guerra santa entre os egípcios. "Se nós condenamos os cineastas que fizeram esse filme sobre Maomé e que não moram no Egito", disse ele, " também devemos condenar este ato vergonhoso aqui no Egito, ressaltando a necessidade de punir Abu Islam por suas ações irresponsáveis."
Em entrevista ao jornal local Mohit, Abu Islam negou ter queimado a Bíblia, dizendo: "Eu rasguei-a e atirei-a para os manifestantes pisarem nela com seus sapatos." Ele acrescentou: "Da próxima vez eu vou fazer o meu neto urinar sobre ela. Como diz o ditado, olho por olho e dente por dente. A culpa é de quem começou tudo".
Ao ser lembrado de que os produtores do filme não representam todos os coptas e nem o povo americano e, portanto, seu livro sagrado não deveria ser insultado como resposta, Abu Islam foi enfático: "Se alguém fez algo ruim, todo mundo leva a culpa. Será que todos os muçulmanos são responsáveis pela dor que Osama bin Laden causou? Deixe-os provar o mesmo que mundo islâmico teve de engolir".
"Até agora não ouvimos nenhuma condenação de qualquer organização muçulmana sobre o caso, como a nossa igreja fez sobre o filme anti-Islã,"disse o ativista copta Mark Ebeid. Ore pela paz no Egito ; para que os cristãos saibam lidar com esses conflitos com a mesma sabedoria e amor que Jesus nos ensinou e assim, a situação não piore ainda mais.
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