Sudão
Em 2014, o governo do Sudão foi alvo
de críticas e forte repressão por parte da mídia internacional e de grupos
ligados à defesa dos direitos humanos, devido ao caso da cristã Meriam Ibrahim,
condenada à forca em 15 de maio, por sua fé. Meriam, criada como cristã, era
filha de um muçulmano que abandonou sua esposa quando ela ainda era criança.
Ela foi condenada pela lei islâmica, que proíbe a conversão para outra
religião, depois de ter-se casado com um cristão e de já terem um filho de 20
meses. Meriam, que estava grávida, foi obrigada a dar à luz na prisão, mas mais
tarde teve sua pena de morte anulada por um tribunal de recurso, graças à
pressão internacional.
Cristãos sudaneses enfrentam muitas
ameaças por parte da sociedade, majoritariamente islâmica, e do governo.
Líderes das igrejas afirmam que o Estado está endurecendo ainda mais o controle
sobre os templos e reuniões de oração e alegam que há um desejo das autoridades
de eliminar o cristianismo do país.
O Sudão é uma nação assolada pela
pobreza. Quando o território foi separado, em julho de 2011, em Sudão e Sudão
do Sul, muitos cristãos mudaram-se para o Sudão do Sul, de maioria cristã e
mais rico em reserva de petróleo e recursos naturais que o Sudão, de maioria
muçulmana, que sempre lutou pela dominação do território sudanês, defendendo a
implantação da sharia (lei islâmica). A soma total de mortos no conflito –
encerrado com um acordo de paz entre ambos os Estados – foi de aproximadamente
dois milhões de pessoas.
Os líderes do regime sudanês são, em
sua maioria, islâmicos radicais e o Partido do Congresso Nacional, que governa
o país, tem a intenção de aumentar a agenda islâmica. Incidentes contra os
cristãos incluem assassinatos relacionados à fé, danos a propriedades e
casamentos forçados, assim como prisões, deportações e invasões a escritórios
de igrejas. Cristãos de origem muçulmana sofrem em particular, como o caso da
própria família de um ex-muçulmano, que incendiou sua casa quando descobriu que
ele se convertera a Cristo.
"Eu sabia que Deus iria me ajudar,
que Deus sabia que eu era uma vítima da injustiça. É o meu direito praticar a
religião que eu escolher”, disse Meriam Ibrahim.
Última atualização em 22/1/2015
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