Quênia
O país que teve a maior alta na
Classificação da Perseguição Religiosa foi o Quênia. De 43º lugar em 2014, o
país chega em 2015 ao 19º lugar. A alta se deve à violência causada por grupos
islâmicos radicais contra os cristãos, principalmente em Nairóbi, na região
costeira e no nordeste do país.
O Quênia é um país de maioria cristã;
aproximadamente quinze por cento da população é muçulmana (maioria sunita e
menos de 10% xiita). Porém, essa minoria muçulmana se tornou altamente poderosa
e ativa na política do país. Os quenianos muçulmanos relacionam sempre a
política à religião e apoiam a implementação da lei islâmica (Sharia). A
minoria islâmica começou a se fortalecer junto aos políticos muçulmanos que,
inspirados por influências do radicalismo religioso, implementaram à sua base
de governo, leis para exterminar o cristianismo, práticas e valores cristãos do
país. Por outro lado, funcionários cristãos do governo são forçados a deixar
seus cargos e, muitas vezes, são transferidos de setor.
A região nordeste do país também é
perseguida pelo extremismo islâmico e militante atravessam a fronteira da
Somália para perseguir severamente os cristãos. Lembrando que até pouco tempo,
o Quênia não tinha histórico de conflito interreligioso, pelo contrário,
cristãos e muçulmanos conviviam em relativa paz. Isso mudou em 2014,
especialmente na costa e no nordeste do Quênia, que se tornaram ponto de
ebulição do extremismo islâmico, e grupos terroristas como o somalis
Al-Shabaab, relacionados a diversos atos de violência. Igrejas saqueadas,
incendiadas e fechadas, além de pastores assassinados, fecha um quadro de
grande perseguição aos cristãos quenianos.
A violência relacionada com a fé tem
aumentado em diferentes partes do Quênia particularmente onde o extremismo
islâmico está presente. Como resultado, a pontuação relacionada à violência na
Classificação da Perseguição Religiosa 2015 quase dobrou. Este nível de
violência é maior do que na maioria dos outros países da região, como a
Eritreia, Somália e Etiópia, com exceção do Sudão.
Um pesquisador de campo da Portas Abertas
relatou a ocorrência de vários tipos de violência relacionados à fé. Mais de
cem assassinatos ocorreram. Pelo menos nove igrejas foram atacadas em Likoni,
Wajir, Marsabit, Hindi e Mombasa, no ano de 2014. Um cristão secreto queniano
descreveu a vida no nordeste do país em uma frase: "andar com a
morte". Além disso, houve relatos de abuso físico e mental. De acordo com
pesquisa da Portas Abertas, isso aconteceu com as crianças cristãs em
particular na parte nordeste e costa do país.
Além disso, a pesquisa relatou que os
cristãos no Quênia se sentem confusos. Em algumas áreas, as igrejas instalam
detectores de metais, com medo de terroristas suicidas. Eles também têm de
contratar policiais armados para trabalhar durante os cultos de adoração. Com
isso, a frequência à igreja diminuiu significativamente. No Nordeste, a maioria
dos cristãos não vai à igreja não só porque teme ataques suicidas, mas foi
ameaçada por extremistas para deixar de frequentar os cultos.
O efeito cumulativo desta complexa
situação elevou a pontuação do Quênia na Classificação da Perseguição Religiosa
2015.
O futuro da Igreja no Quênia é
preocupante. O nível de medo entre os cristãos cresce de forma rápida. A
unidade islâmica é diversificada e forte. De acordo com especialistas da Portas
Abertas, "O governo está com medo, não sabe como lidar com a unidade
islâmica e, portanto, cede às suas exigências, às vezes em detrimento das
igrejas”.
Última atualização em 12/2/2015
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